Se você tem mais de trinta anos, ou vive em uma caverna, talvez nunca tenha ouvido falar do Snapchat.
Confesso: há mais de um ano, quando pela primeira vez vi uma galerinha falando do aplicativo, morri de preguiça não tive muita curiosidade de saber do que se tratava.
Mal tenho tempo pra presenciar a vida perfeita dos meus amigos no Facebook e as fotos de crianças e cachorros no Instagram. Mais essa, agora? Ah, não, obrigada. De coisas inúteis já bastam as que eu insisto em consumir diariamente nas mídias sociais.
– Mas, Cíntia, é muito engraçado! Dá pra mandar mensagens bizarras pros amigos porque eles só podem visualizar duas vezes. Depois some tudo.
Some tudo? Era demais. Eu pensei que esse dia nunca iria chegar. Tive de perguntar:
– Vem cá, Letícia, me explica esse negócio direito. Os vídeos somem?
– Sim! Depois de 24 horas some tudo das suas histórias.
– Uai. Por quê? E que histórias? Deixa eu ver esse negócio, me mostra?
Uma lista de nomes. Gifs animados dentro de fantasminhas com a foto de cada nome.
– Não tô entendendo, Lê.
– Ah, Cí, baixa aí, é legal.
Minha estagiária ultra competente de 20 anos estava me ensinando a mexer num aplicativo. E eu estava tendo muito mais dificuldade que ela provavelmente teve com qualquer das coisas que eu a tenha ensinado.
Medo. O próximo passo seria eu pedir para a minha filha de 2 anos:
– Bel, liga o Netflix pra mamãe? Não sei o que aconteceu, parou de funcionar.
Uma balzaca veia – é como me senti. The winter is comming. Now!
A crise existencial chegou e ficou. Tentei me enganar, dizendo que eu só precisava de uns minutos mexendo no tal aplicativo sozinha. Na mão dos outros, não dá. Era óbvio que conseguiria. Aqui é raça, mano. Usava internet discada. Sala de bate-papo do Uol.
– Dá aqui esse aplicativo que vou baixar agora. É Snap o quê, mesmo?
– Snapchat.
Lá estou, desde então: @ci_santana
.
Já registrei snaps de toda a família brisando nos filtros, especialmente o do cachorro e o da coroa de flores – os preferidos da Bel. Também já me achei repórter cobrindo os mais exóticos e encantadores jardins de tulipas do mundo, na viagem à Amsterdã que fizemos em família. Já virei fã da @thaynaraOG, acompanhei bastidores das Olimpíadas feitos pelos atletas brasileiros, vi ações bem legais de marcas que estão desbravando aqueles mares.
Só não entendi ainda por que raios estou gastando meu escasso e precioso tempo com mais um aplicativo completamente inútil.
– Olha! Hahahahaha! A Lê mandou de novo aquela carinha bizarra!
Sim!!!
Olha só, também descobri o snapchat recentemente, pelas minhas primas de 17-18 anos e me senti idosa. E eu tenho 22 anos.
Primeiro que eu me neguei a acreditar que aquilo tava fazendo sucesso. “Mas qual o sentido de colocar as fotos aí se elas vão se apagar amanhã??” eu dizia, revoltada. Quando cedi, também precisei ser ensinada a mexer.
Ainda hoje eu não entendo como que consigo gostar tanto dessa rede esquisita e (aparentemente) inútil.
Mas falando a verdade, acho que o snapchat nos mostra as coisas de forma muito orgânica, sabe? O velho “a vida como ela é”, o que é até meio raro hoje em dia. Então tem fotos feias, tem desabafo cotidiano, tem vídeos dos cachorros dos outros. Além disso, ainda rola bastante cultura, né? É só seguir os perfis certos que temos olimpíadas (também acompanhei um pouco pela rede) ou um retrato realista dos lugares que queremos viajar e conhecer.
Então, mesmo relutante em falar, é realmente uma ótima fonte de diversão. 🙂
Enfim, tô adorando o site e o conteúdo. Já acompanho de pertinho. Muito sucesso!
Hahaha! Que alegria saber que rolou uma identificação, Alana! Concordo que é ótima fonte de diversão, apesar de inútil. Rs. Beijo.