Mania besta que as pessoas têm de economizar elogio.
Gostam de uma coisa e guardam segredo. Como se fosse negativo o reconhecimento. Como se exaltar características alheias lhes diminuísse o próprio valor.
Nas últimas semanas, várias pessoas me elogiaram. Fiquei lisonjeada, genuinamente feliz. Mas me intriga pensar que esse comportamento seja raro. Quantas vezes negligenciamos feedbacks positivos por pura falta de priorização. Os negativos sempre soam mais urgentes. Parece que é do ser humano economizar elogios.
Dinheiro, que é difícil de conseguir, o sujeito vai lá e torra. Já elogio, que é gratuito e indolor, ele guarda para si. Sim, guarda algo que nem dele é. Pertence ao outro. Não entrega de jeito algum. Faz questão de esconder direitinho.
Se você sentiu admiração por determinada pessoa, o que lhe custa elogiá-la?
Elogiar fere seu orgulho? Tira pedaço da sua personalidade? Diminui a fortuna da sua conta bancária? Dá urticária? É muito trabalhoso?
Coisa mais broxante a vida sem reconhecimento, gente. Será que só eu tenho essa carência emocional aguda de esperar que as pessoas digam o que acharam a respeito de algo bom que eu tenha feito?
Desconfio que não esteja só nesse barco. Como sei disso? Pela reação que observo nas expressões faciais de quem elogio – coisa que tento fazer com certa frequência, pelo puro deleite de espalhar lampejos de felicidade neste mundo.
– Você me inspira quando fala desse jeito, sabia?
– Como você consegue sorrir desde cedo? Queria ser como você.
– Que lindo está seu cabelo hoje! Você mudou de shampoo?
Olhares lacrimejantes, sorrisos escancarados, surtos de euforia, faces tímidas ruborizadas. E corações vibrantes, motivados, rejuvenescidos. Tem coisa melhor que presenciar essas cenas?
É importante ressaltar que falo de reconhecimentos sinceros. De nada adianta você jogar aquele confete falso só para obter algum tipo de favor ou retribuição. É muito fácil perceber quando você só está tentando ganhar créditos – e não entregando um elogio verdadeiro.
Essa máxima vale também para a área profissional. Você já entregou mais críticas ou mais elogios à sua equipe? Você dedica seu tempo para falar mal do chefe ou para ressaltar as qualidades daqueles que merecem reconhecimento?
Ouvi de um chefe, certa vez:
– Esquece essa coisa de reconhecimento. Na sua senioridade gerencial, você só vai receber feedback se algo não estiver bem. Se não disserem nada, é porque tá ótimo.
Talvez ele estivesse certo. No mundo corporativo, é bem mais comum ser cobrado que reconhecido. Ainda mais depois de determinados níveis hierárquicos mega concorridos. Acontece que continua sendo uma escolha de cada um a maneira como trataremos as pessoas: como números ou como seres humanos.
Vista a lente da sensibilidade e experimente espalhar confetes por aí, sem esperar nada em troca. Tenho certeza de que você se sentirá recompensado pelo sorriso que certamente ganhará como gratificação pelo seu gesto.
O que seria do palhaço sem as risadas infantis? Que motivação teria o artista sem aplausos? Como sobreviveriam os youtubers sem likes e shares?
Liberemos a chuva de confetes, por favor.
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