A paciência é uma virtude.
Esse é um dos mantras que repito para meu filho desde que ele tinha 2 anos (hoje, está com 9), pois crianças são ansiosas e querem tudo na hora.
Um dia, estava na porta de casa apressando-o para leva-lo à escola. E ele desenhando na mesinha da sala.
– Vamos, filho, estamos atrasados!
Ele olha bem para mim e diz:
– Calma, mãe! A paciência é uma virtude.
Toma! Respirei fundo e respondi:
– É verdade, filho. Mas também tem limite. E quem dá esse limite sou eu. Vamos, vamos!
Pois é, filhos aprendem, mas também nos ensinam. Muito. Todos os dias. Do mesmo jeito que nos preocupamos em passar-lhes valores e bons exemplos, eles absorvem o que dizemos, processam e respondem à sua maneira. E isso é bom, pois demonstra que estão aprendendo.
Quem nunca mandou o filho brincar na casa de um amigo e recebeu elogios da mãe sobre o (ótimo) comportamento dele? Ficamos surpresos e até nos perguntamos se estamos falando da mesma criança, não é mesmo? Pois aí está a prova de que, sim, eles aprendem! E não esquecem.
Nada mais gratificante do que notar, bem mais tarde, que eles repetem o que dissemos quando eram pequenininhos. Ou que fazem aquilo que insistimos tanto para que fizessem. Ficamos orgulhosos.
Mas, como educar é uma via de duas mãos, nós, pais, deveríamos reconhecer o que eles nos ensinam. No meu caso, a ter paciência.
Antes de ser mãe, tinha um pavio bem curto e paciência zero para várias coisas, como repetir a mesma coisa para uma mesma pessoa várias e várias vezes. Por exemplo, para a empregada que trabalhava comigo havia mais de três anos. Ela já deveria ter aprendido certas coisas, certo? Não necessariamente.
A vida não é assim tão simples. Meu filho me ensinou que repetir a mesma coisa tipo 1 milhão de vezes faz parte de minha função de mãe. Não que ele não entenda o que digo. Ele precisa da repetição para aprender. E eu preciso de paciência para ensinar.
Os frutos desse trabalho, estou colhendo agora, quando após dois anos acompanhando os estudos dele de perto, fazendo provas, corrigindo lições (e muitas vezes perdendo a paciência), constato que ele melhorou muito na escola, tendo inclusive o comportamento elogiado pelos professores.
Nesses momentos em que me dedico bastante ao meu filho, me lembro muito da minha mãe e de sua paciência bovina com meu irmão. Ela era professora e estudava muito com ele. Ao observá-la, me perguntava como ela aguentava tudo aquilo: as malcriações, as repetições, o tempo investido. Hoje, minha mãe já não está aqui para me contar. Mas, graças ao meu filho, descobri a resposta.
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