Homens românticos não farão quaisquer coisas pelas mulheres. Não irão distribuir flores, oferecer chocolates, dizer palavras doces a todo e qualquer momento e, muito menos, para qualquer mulher. Nunca irão rastejar. Apenas os moleques desesperados fazem coisas do tipo. E os românticos são homens, e não moleques.
Moleques, “perto de uma mulher, são só garotos”.“Nunca dizem não”, pois querem conquistar o sexo oposto a todo o custo. Não sabem medir as diferenças entre o tempo do olhar, o tempo do conhecer, o tempo de dizer sim, o tempo de dizer não e o tempo do presentear. Misturam as coisas, motivados pela meta da conquista e não pela preciosidade que está diante deles. Não sabem que flores regadas demais estarão murchas no dia seguinte.
Homens românticos não são experts em dominar mulheres. Passam apertos. Reconhecem que dentro de si lidam com a paixão e a razão. Buscam ser conhecedores de si mesmos, a cada dia. Só se expõem a uma mulher se valer a luta. Só se arriscam se houver clareza, paz, candura e certeza. Objetivos traçados. Sonhos ajustados. Respeito na mesa. Nunca negociam seus caracteres para obter prazeres.
Quem faz de tudo por seus desejos incontidos é o cafajeste. Ela gosta de sertanejo, ele diz gostar. Ela é caseira, ele também. Ela é religiosa, até na igreja ele vai. Ela é sedosa, ele aprende as boas maneiras. Ela é inteligente, ele passa a gostar de livros. Enfim, ela se apaixona. Ele só quer diversão. O final disso tudo elas já conhecem bem.
Homens românticos nem mesmo se reconhecem como tais. Apenas gostam de coisas simples. Encontros a dois. Honestidades. Mãos dadas, vidas entrelaçadas. Continuidades.
Nada de mulher que vem, promete ficar e some no dia seguinte, alegando crise, indecisão, criancice. Homens assim não tem paciência para joguinhos – aliás, nem sabem jogar.
Homens maduros são conhecedores dos seus limites. Nunca insistirão em demasia com uma mulher. Sabem respeitar o coração dela, suas feridas, suas particularidades. Mas, também, sabem quem eles são, o que querem, para onde vão. Eles negam as desigualdades entre as partes. Não flertam com mentiras e falsidades.
São sensíveis, pois querem cuidar. São fortes, pelo mesmo motivo.
Agem com uma discrição ousada. Dão seus telefones, mas não esperam que ela ligue. É apenas um código que diz “estarei pronto para o que precisar”. Elogiam sutilmente, sem agredir. Sorrisos sinceros, sem ninguém pedir. Palavras colhidas no jardim interior. Gentilezas desinteresseiras.
Homens românticos são ousados por serem diferenciados. Tocam os abraços de uma mulher para sorverem seu perfume, medirem sua sinceridade, arrepiarem seu coração. Fazem poesias personalizadas e escondem na bolsa dela, mas gostam mesmo é daquelas que procedem das trocas de olhares, dos toques das mãos, dos suspiros das almas. Esses homens jamais irão arrancar tulipas de um campo para dar a alguém, a não ser que ela seja mais importante que as próprias flores.
Homens românticos não estão disponíveis para quem quiser. Não possuem preço. Não são facilmente acessíveis. Não gostam de se expor, de aparecer. Não se gabam. São marcantes sim, mas por conta da integridade. São gentis, mas não mimados ou enjoativos. São fortes, mas não ogros nem fakes.
Há homens românticos de todas as idades, mas eles não se iludem com os anos passados. São aprendizes da vida, das quatro estações, das fases dos corações.
Há homens românticos para todos os gostos, mas eles não são para todos os paladares.
Somente homens perfeitos serviriam para qualquer mulher.
E os românticos estão bem longe disso.
Que texto magnífico! Parabéns.