Eu cansei. Chega. Parei.

Coisas me estafam.

Dei-me conta de que estou assim quando minha filha de um ano e oito meses apontou meu celular e disse “coisa!”.

Traduzindo: ela queria ver uma coisa, ali.

Entendeu?

Não?

Eu explico: provavelmente tanto eu quanto algumas pessoas que convivem com ela diariamente interrompemos momentos de diversão e brincadeira para “ver uma coisa” no celular.

E devemos fazer isso com uma certa frequência, saca?

Agora ela quer também ver a “coisa” que a gente tanto fica vendo.

Mas o que é essa coisa?

Uma mensagem importante? Algo urgente, indispensável?

Que coisa é essa, mais importante que o sorriso da minha filha, que está aqui ao lado querendo brincar comigo?

Sabe aquelas coisas? Você deve saber…

Gente que está em férias, gente que está tirando selfies, gente que diz que está se divertindo, gente que está cozinhando, gente que está whatever.

Coisas, coisas, coisas.

Essas pessoas estão lá, vivendo.

E eu? Eu devo estar fazendo alguma outra coisa.

Porque a vida é isso que passa enquanto vejo coisas no meu celular.