Não me lembro da ultima noite de Réveillon que passei sem chorar.
Umas poucas vezes, compulsivamente, feito criança. Outras, sozinha, durante o último banho do ano. Na maioria, porém, foram só umas lagriminhas contidas, entre abraços e fogos de artifício.
Se me perguntassem por que chorava, dificilmente conseguiria explicar. Talvez lamentasse o tempo perdido do ano que se acabava. Ou temesse não cumprir todas as gigantescas auto-exigências para o próximo ciclo. Pode ser, também, que estivesse apenas emocionada com a comoção coletiva de demonstração de afeto. Sei lá.
Os motivos eram meio múltiplos e complexos. No fundo, acho que “o medo era motivo de choro, desculpa pra um abraço ou um consolo”.
Este ano, porém, decidi que seria diferente. Resolvi não chorar. (Vale ressaltar que sou muito favorável ao choro. Para mim, ele faz o download das cargas emocionais que precisam sair de algum lugar aqui dentro). Mas no dia 31 de dezembro de 2015, eu não quis chorar.
Estava tudo às mil maravilhas? De jeito nenhum. Os motivos múltiplos estavam todos aqui: medos, angústias, receios, expectativas, emoções diversas pulsando loucamente, ao ritmo alegórico e contagiante da diva Ivete, no show da virada.
Entretanto, o ano começou, e eu estou feliz por não ter chorado. Parabéns para mim.
Vontade não faltou, confesso. Mas eu consegui me lembrar de que acredito num Deus que não deixa faltar nada aos lírios do campo, que não trabalham nem tecem, e se vestem com aquele glamour todo!
Não chorar, este final de ano, foi minha singela demonstração pessoal de dependência do Deus em quem acredito. Total e irrestrita. Em todas as áreas. Confiança. Fé. Simples assim.
Assim quero permanecer: ciente de que tenho um colo para chorar, sempre que quiser ou precisar. Mas agradecida por saber que Ele me ama e está, sim, no controle de tudo o que está por vir, neste ciclo novinho que começou.
Bora lá carpediar esse tal 2016.
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