O ENEM deste ano já passou e engana-se aquele que acha que, por já ter se graduado, inclusive, em uma ou mais faculdades, o “resultado” do ENEM deixou de afetá-lo.
Não quero questionar se a prova estava fácil ou difícil. Pretendo apenas te convidar a refletir sobre esse tema que assombra os adolescentes de hoje e continuará presente em nossas rotinas ad eternum: o fato de sermos avaliados.
Pelo segundo ano, meus pais foram colaboradores que trabalharam na aplicação do ENEM. Numa conversa com eles, alguns pontos me fizeram refletir. Como subestimamos essa coisa de ser avaliado! Em qualquer prova que seja.
Temos que aprender a tirar proveito das provas que enfrentamos.
Depois que passamos do vestibular, achamos que vamos dominar o mundo. Pronto. Estamos na faculdade! Ledo engano. Chegam as primeiras provas e, com elas, as primeiras notas vermelhas na vida dos nerds aparecem. E é claro que a gente não achava que faculdade era muito mais difícil que vestibular.
Quando começamos a pegar o jeitão de estudar, ler, estudar de novo, ler de novo, fazer trabalhos em grupo, chega o momento do estágio. E, para entrar no estágio, existem os processos seletivos. Sim. Provas. De novo. Mas, de repente, tudo diferente. Competimos de forma direta, com pessoas às vezes até da própria sala, por uma vaga concorrida.
Respiramos. Finalmente conseguimos entender nossa vida de estudante de faculdade e de estagiário visando à efetivação. Conseguimos um mínimo de vida social. Festas da facul, trote nos bixos… Ufa, agora dá pra relaxar um pouco.
Não. Já entramos na fase final. Trabalho de Conclusão de Curso. O assombrador TCC. A temida monografia. As desconhecidas regras da ABTN. Vontade constante de chorar e não saber por onde começar. Orientador, avaliadores. Perguntas. Avaliação! Ufa… Mais esse monstro passou.
Formatura. Buscamos crescimento profissional. Planejamos o emprego ideal do próximo ano. Provas e mais provas. Agora, da “vida real” (como se as anteriores não fossem).
Ser avaliado é algo incômodo. E não é pra ser tranquilo, mesmo.
Se fosse fácil, não se chamaria “prova”.
É pra instigar nossa capacidade de assimilação e extrapolação dos temas aprendidos, ou não. De repente, as respostas estavam no nosso cotidiano. Então percebemos que as provas da escola, do ENEM, do vestibular e da faculdade eram fichinha, perto dos desafios dos trinta e uns anos. E deduzimos que, muito provavelmente, os gigantes que enfrentamos hoje não são nada perto dos que ainda virão.
Passamos a ter que administrar nosso salário, ainda que morando na casa dos pais. Temos mais vontade própria. Temos marcas preferidas e precisamos pagar por elas. Aprendemos a conviver com colegas de trabalho em ambientes nem sempre amigáveis. Somos avaliados a todo momento por chefes e/ou supervisores. Somos incitados a trabalhar em grupo, pra valer.
Quais os seus desafios, hoje em dia? Processo seletivo? Concurso público? Busca pela saúde? Recolocação profissional? Repare que todos são avaliações. Provas diárias.
Depende de nós – do nosso envolvimento, comprometimento, garra e vontade – vencê-las. Uma a uma. Cada uma no seu tempo.
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