Fim de uma tarde qualquer. Barulho de óleo quente. Splash!

– Ebaaaa! A mãe tá fazendo coxinha!

Dona Zê sempre cozinhou muito bem. Herança genética de minha avó e de minha bisavó.

Não era toda hora, mas eu adorava quando ela fazia coxinhas, risoles, croquetes, almôndegas e bolinhos diversos – de frango, de carne, de bacalhau, de espinafre.

Ficou a memória-base.

Já adulta, morando no exterior, necessitei comer coxinha com Guaraná. Abstinência, carência, sofrência, sei lá. Isso foi antes do desejo incontrolável que tive de mandar um pratão de feijoada. Frescuras. Enfim. Guaraná eu até conseguia achar em mercadinhos alternativos. Mas, pra comer coxinha, ia ter que me virar.

– Alô, mãe? Como é mesmo que você faz aquela coxinha maravilhosa?

Risadas. Dá trabalho. Tem certeza?

Lá fui eu, então, aprender por Skype o processo completo: massa, recheio, preparação.

Bondosa que sou, deixo aqui a receita, especialmente da Dona Zê para o mundo!

Receita de coxinha (ou risoles)

Rendimento: 20 a 25 unidades.
Tempo de preparo: demoradinho…
Grau de dificuldade: inversamente proporcional ao seu desejo de comer.
Ingredientes para a massa:
– 2 copos de leite
– 1 gema
– 2 colheres de margarina
– 2 tabletes de caldo de frango
– 2 copos de farinha de trigo
Ingredientes para o recheio:
– 1 peito de frango grande
– catupiry
– um monte de salsinha, cebola e alho para refogar
– um nada de catchup ou molho de tomate
Ingredientes para el gran finale:
– leite para dar banho
– farinha de rosca para empanar
– óleo para fritar
– amigos para elogiar seu trabalho
Modo de preparo do recheio (comece por aí):
Cozinhar o peito de frango com água, sal a gosto e um fio de azeite.
Desfiar e/ou cortar em pedacinhos, e refogar com bastantíssima cebola, alho e salsinha.
Se quiser, colocar um pouco de colorífico ou catchup para dar uma corzinha.
Para não ficar seco, colocar um pouquinho de creme de leite. Vai dar aquela “liga” no recheio.
Acerte o sal e reserve.
Modo de preparo da massa:
Numa panela grande, colocar o leite, a margarina, o caldo de frango e a gema (peneirada, de preferência). Mexer.
Quando ferver, abaixar o fogo e juntar aos poucos a farinha de trigo, mexendo lou-ca-men-te com uma colher de pau, até a massa virar uma bola que desprende da panela.
Deixar esfriar e modelar os salgadinhos. Coxinha é bonitinha, mas risoles é muito mais fácil. É só abrir a massa com um rolo (fica com mais ou menos 1 cm de espessura) e usar a boca de um copo grande para cortar rodelas.
Rechear e fechar em forma de coxinha ou risoles – como preferir.
Finalização:
Mergulhar os salgadinhos no leite e depois passar na farinha de rosca.
Fritar em óleo quente.
Abrir um Guaraná e mandar ver.